A única aula que tive hoje foi a de Francês. Normalmente, temos duas horas de aula semanais, mas como perdemos muitas aulas devido às faltas da professora, hoje tivemos três horas de aula. A professora explicou uma regra gramatical que é muito difícil para os próprios franceses, imagine para a gente. No meio da aula, até a professora estava fazendo confusão com a regra.
A regra se chama Les doubles pronoms personnels compléments e consiste em saber corretamente quando utilizar e onde utilizar umas palavras que substituem outras, que é o caso do y e do en. No começo foi bem fácil, pois ela explicava com o tempo verbal no presente, mas depois que mudou para o tempo no passado e ainda com a frase na negação foi tudo por água abaixo. Ninguém entendeu absolutamente nada.
Após a aula de francês tivemos uma aula de duas horas para aprender a acessar a biblioteca virtual da ENISE. Na verdade, com uma hora, a mulher já tinha explicado tudo e depois disso começou a enrolar. Os franceses são assim... se o compromisso marcado é de duas horas, não importa se termine antes, é necessário cumprir todo o horário. Eu acho que isso é uma grande limitação deles.
Nenhum brasileiro estava aguentando mais ficar ali ouvindo a mulher explicar, muito menos ouví-la a enrolar para dar o tempo certo. Quando, no fim, ela tomou consciência de que não tinha mais como enrolar, fomos dispensados. Neste momento de muita alegria para todos, dois dos brasileiros comemoram em voz alta o término e um outro brasileiro fica bravo com a falta de educação dos outros dois, porque isso aconteceu na frente da mulher.
O que parece só um episódio onde um brasileiro diz a outros dois o quão sem-educação eles foram esconde algo por trás. Na verdade, aqui em Saint-Étienne somos em cerca de 15 brasileiros. No começo éramos muito unidos, mas acabou que cada um formou um grupinho e agora existe um clima tenso no ar entre esses grupos. A chamada de atenção que aconteceu foi só um reflexo de estes grupos (de brasileiros!) não se entendem mais.
A Júlia sugeriu uma ceia de Natal para tentar amenizar as diferenças entre os grupos de brasileiros. Só aguardar para ver se o grupo mantém-se unido ou separa-se de uma vez.
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